sábado, 28 de septiembre de 2013

Declaração do Seminário Internacional Nanotecnologia e Sociedade na América Latina: Nanotecnologia e Trabalho


27 September 2013

Scientists and trade unions in Latin America together for precaution on nanotechnologies at the workplace

ETUI News


The International Workshop on Nanotechnology & Society in Latin America gathered scientists, researchers and trade unionists from North, Central and South America at the Federal University in Parana in Curitiba, Brazil on the 5 and 6 of September. It was organised as a framework bringing together trade unionists and academia. ETUI's Aida Ponce, head of unit working conditions, health and safety presented the views and perspectives developed by the European trade union movement.
The workshop was co- organised by the Center for Nanotechnology in Society, University of California-Santa Barbara (UCSB). Prof. Richard Appelbaum from the UCSB, stressed the potential of nanotechnologies in changing human lives and the possibility that social inequalities might increase; enough reason to adopt regulations that guarantee the participation of workers who are affected by the industry.
Different countries shared cases of how safety measures are adopted. For instance, surveys in the US had shown little response of companies and few answers on adopting health and safety measures and various countries mentioned that there are serious challenges in the waste sector. Prof . Flavio Orlando Plentz Filho, Coordinator of Micro and Nanotechnologies at the Ministry of Science, technology and Innovation in Brazil, presented the policy in Brazil which has invested a significant amount of public funds in infrastructure to develop nanotechnologies and nanomaterials.
For the Latina American Trade Unions, collective agreements should include the right of information to workers possibly exposed to nanomaterials at the workplace. Specific precautions should be taken in the agriculture sector, notably updating the Codex Alimentarious. For the researchers and scientists, the role of the international collaboration in the field is of utmost importance, to avoid scientific developments without a precautionary approach and to provide a science that serves human beings.




A seguinte declaração foi emitida no Workshop Internacional Nanotecnologia e Sociedade na América Latina: Nanotecnologia e Trabalho, em Curitiba, Brasil, em 5 de setembro de 2013.
The following statement was issued at the International Workshop on Nanotechnology & Society in Latin America: Nanotechnology & Labor, in Curitiba, Brazil on 5th September 2013.
La siguiente declaración fue emitida en el Seminario Internacional Nanotecnología y Sociedad en América Latina: Nanotecnología y Trabajo, en Curitiba, Brasil, el 5 de septiembre de 2013.

Declaração 
Os assinantes desta declaração, resultante do Seminário Internacional Nanotecnologia e Sociedade na América Latina: Nanotecnologia e Trabalho demandam que:
  • As empresas se comprometam a informar os sindicatos quando incorporem nanomateriais manufaturados ou nanoestruturas em seus processos produtivos ou seus produtos. 
  • Que os governos e as organizações internacionais, tais como OMS, OIT e FAO se comprometam a adotar enfoques de precaução para a proteção dos trabalhadores em seus políticas e recomendações de saúde e segurança relativas à nanotecnologia. 

Statement 
The signers of this declaration, resulting from the International Workshop on Nanotechnology & Society in Latin America: Nanotechnology & Labor do hereby demand that: 
  • Enterprises commit themselves to inform Trade unions whenever they incorporate engineered nanomaterials on nano structures in their product processes or their products 
  • Governments and international organizations such as WHO, ILO, and FAO commit to adopt precautionary approaches for worker protection related to nanotechnology in their safety and health policies and recommendations 

Declaración 
Los firmantes de esta declaración, resultante del Seminario Internacional Nanotecnología y Sociedad en América Latina: Nanotecnología y Trabajo demandan que:
  • Las empresas se comprometan a informar a los sindicatos cuando incorporen nanomateriales manufacturados o nano-estructuras en sus procesos productivos o sus productos 
  • Los gobiernos y organizaciones internacionales tales como la OMS, OIT y FAO se comprometan a adoptar enfoques precautorios para la protección de los trabajadores en sus políticas y recomendaciones sobre salud y seguridad relativas a la nanotecnología.


To sign: http://action.ciel.org/p/salsa/web/questionnaire/public/?questionnaire_KEY=1495&key=677816

Assinantes - Signatories - Firmantes

Enildo Iglesias, UITA (Unión Internacional de Trabajadores de la Alimentación, Agricultura

y Afines)

Richard Appelbaum, UCSB – CNS (University of California at Santa Barbara, Center for

Nanotechnology in Society) (signing as individual, not on behalf of UCSB-CNS)

Noela Invernizzi, UFPR (Universidade Federal do Paraná)

Guillermo Foladori, UAZ (Universidad Autónoma de Zacatecas)

Édgar Záyago Lau, UAZ (Universidad Autónoma de Zacatecas)

Bill Kojola, AFL-CIO (American Federation of Labor and Congress of Industrial

Organizations)

Aída Ponce del Castillo, ETUI (European Trade Union Institute)

David Azoulay, CIEL (Center for International Environmental Law)

Arline Arcuri, FUNDACENTRO (Ministério do Trabalho e Emprego), Sao Paulo

Paulo Martins, RENANOSOMA (Rede Nanotecnologia Sociedade e Meio Ambiente)

Luis Carlos de Oliveira, Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo - Confederação dos

Trabalhadores Metalúrgicos - Secretaria de Saude do Trabalhador da Força

Sindical CNT – Força Sindical (Confederação Nacional dos Trabalhadores - Força

Sindical)

Siderlei de Oliveira, CNT-CONTAC (Confederação Nacional dos Trabalhadores - Indústrias

da Alimentação, Agroindústrias, Cooperativas de Cereais e Assalariados Rurais)

Thomaz Ferreira Jensen, DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômicos), São Paulo

Anwar Hasmy, Red Venezolana de Nanotecnología

Luís Renato Balbão Andrade, FUNDACENTRO (Ministério do Trabalho e Emprego) - Rio

Grande do Sul.

Ma. Sonsiré López, Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas.

Leandro Andrini, UNLP (Universidad Nacional de La Plata)

José Roberto Vega Baudrit, Laboratorio Nacional de Nanotecnología, Costa Rica

Eduardo Robles Belmont, Universidad Nacional Autónoma de México

Michelle de Lara Ferraz, Universidade Federal do Paraná

Roberto del Barco, UTO (Universidad Técnica de Oruro)

Paulo Fonseca, Universidade de Coimbra

Wasleska Laureth, Universidade Federal do Paraná

Wilson Engelmann, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul.

Ramiro Chimuris, Plataforma Derechos Económicos, Sociales, Culturales y Ambientales

(Descam) Uruguay; Comité para la Anulación de la Deuda del Tercer Mundo (CADTM);

Red CADTM- AYMA (Red CADTM para América Latina y Caribe); Universidad de Buenos

Aires - Facultad de Derecho Cátedra de Deuda Externa.

Cleci Körbes, Universidade Federal do Paraná

Santiago José Alejandro Figueroa - CNPEM-LNLS (signing as individual, not on behalf of CNPEM-LNLS)

domingo, 22 de septiembre de 2013

Agronegocios, onde está a ética deste negocio?

Ya hemos hablado de este tema largamente en este blog. Y realmente importa porque como experimento de las consecuencias que puden tener los Agronegocios tanto Brasil como Argentina son un campo experimental enorme, por su volumen de produccion y exportacion. Ya en Argentina se han hecho estudios sobre los efectos nocivos del glifosato y otros agrotoxicos en la poblacion con estadisticas incontestables sobre el incremento en casos de câncer. Ya ha habido inclusive juicios contra productores, creo que es momento de actuar en forma conjunta en contra de estos productos, y mas que nada contra las empresas multinacionales que nos venden este veneno. Ya en Argentina cientificos que han publicado contra este tipo de productos han sufrido todo tipo de vejaciones (lease sobre los problemas de Andres Carrasco, por ejemplo). Creo que es hora de revisar las concesiones a estos productos seriamente, en Europa y EUA la mayoria estan prohibidos. La legislacion es lo ultimo que llega, antes llega la muerte.

Saludos Santiago

Agrotóxicos: o perigo eterno

A questão é a seguinte: o Brasil é o maior exportador de soja, de carnes, de açúcar, de suco de laranja e de café. Somos o número um no mundo. E temos uma estrutura de vigilância, de fiscalização e de estruturação de apoio aos setores de saúde quase zero. 

Por Najar Tubino




  • Não é uma metáfora, apenas o prazo de validade que estes produtos químicos usados intensivamente na produção de alimentos usufruem no Brasil, o maior consumidor mundial – um milhão de toneladas ou um bilhão de litros. Nos Estados Unidos o prazo é de 15 anos, na União Europeia 10 anos e no Uruguai quatro anos. Entre 2006 e 2011, época da implantação dos transgênicos o volume consumido aumentou 72% de 480,1 mil para 826,7 mil toneladas. A área de lavouras aumentou 19% de 68,8 milhões de hectares para 81,7 milhões. E o consumo médio por hectare passou de 7 kg em 2005 para 10,1kg em 2011. Neste mês de setembro o assunto voltou à tona. Em uma matéria na revista Galileu, a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), por intermédio do presidente, Eduardo Dahler, desqualificou o dossiê dos agrotóxicos lançado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Em uma nota, assinada em conjunto com o Instituto Nacional do Câncer e a Fundação Oswaldo Cruz, desqualificaram as declarações do representante das corporações que dominam o setor:


“Não aceitaremos pressões de setores interessados na venda de agrotóxicos e convocamos a sociedade brasileira a tomar conhecimento e se mobilizar frente a grave situação em que o país se encontra, de vulnerabilidade relacionada ao uso massivo de agrotóxicos. O compromisso dos que criticam as pesquisas é apenas o lucro na venda de venenos”.



Maior exportador e zero


O dossiê da Abrasco têm 472 páginas, dividida em três partes. A segunda foi lançada durante a Rio+20, e a última no final do ano passado. É um levantamento nacional baseado em várias pesquisas de profissionais das universidades federais do Ceará, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e de Pelotas, além dos pesquisadores da Fiocruz, do INCA e de outras entidades. Traz dezenas de relatos, inclusive uma série de cartas depoimentos de representantes de comunidades atingidas pelo impacto dos agrotóxicos, ou que estão cercadas por projetos de irrigação – caso do nordeste-, ou do Centro-oeste, caso do Mato Grosso. Faz uma análise detalhada dos efeitos de vários dos produtos usados pelo agronegócio no país.



A questão é a seguinte: o Brasil é o maior exportador de soja, de carnes, de açúcar, de suco de laranja e de café. Somos o número um no mundo. E temos uma estrutura de vigilância, de fiscalização e de estruturação de apoio aos setores de saúde quase zero. Exemplo: 46 técnicos para avaliar agrotóxicos contando ANVISA, Ministério da Agricultura e IBAMA. A Divisão de Agrotóxicos da EPA, Agência Ambiental dos EUA tem de 90 a 100 apenas no registro, na reavaliação de 180 a 240 e no impacto ambiental de 80 a 90 técnicos especializados. Neste quesito não podemos dizer que não há comparativo, porque há e muitos. Os profissionais da saúde não tem capacidade de diagnosticar as pessoas intoxicadas com agrotóxicos. Os registros, que são espontâneos no SINITOX – Sistema Nacional de Informação Toxicológica- na maioria dos casos só contabilizam os casos de intoxicação aguda e nunca as crônicas.



Tentativas de suicídio


Num trabalho de pós-graduação do curso de Geografia Humana, da USP, a pesquisadora Larissa Mies Bombard avaliou as estatísticas do SINITOX de 1999 a 2009 – 62 mil intoxicações por agrotóxicos. A Organização Mundial da Saúde calcula que para cada registro outros 50 não ocorreram. Ou seja, poderiam ser 3,1 milhões de intoxicações. Também foram registradas 25.350 tentativas de suicídios, com 1.876 mortes. Cabe ressaltar que no nordeste, principalmente Ceará e Pernambuco, tentativas de suicídios abarcaram 75% dos casos notificados. Relação direta com as áreas de irrigação onde se cultivam frutas para exportação –melão, abacaxi e banana, manga, entre outras. Não há novidade neste quesito. Os agrotóxicos, venenos descobertos e testados na época da II Guerra Mundial tinham por objetivo principal matar pessoas. No caso dos organofosforados – produtos do fósforo-, testaram os gases Sarin, Soman e Tabun. Entre os sintomas mais conhecidos nos intoxicados é a depressão. O veneno atinge o sistema nervoso dos humanos, dos insetos e de qualquer outro ser vivo.



Quanto custa o registro de um ingrediente ativo no Brasil? Entre 50 e mil dólares. Nos Estados Unidos: US$630 mil. Para fazer reavaliação: US$150 mil nos Estados Unidos. No Brasil – isento. Os agrotóxicos também não pagam ICMS, IPI, PIS/PASEP e COFINS.



Tirar os agrotóxicos da ANVISA


Não foi exatamente o dossiê da Abrasco que causou problema às corporações. Desde a década passada que a ANVISA está fazendo a reavaliação de 14 princípios ativos dos agrotóxicos. Quatro já foram banidos, dois estão com indicativos. O último deles, o endossulfan, um inseticida usado em vários cultivos, teve seu prazo de validade encerrado em julho de 2013. A pressão aumentou contra os dirigentes da agência. A bancada ruralista inferniza os profissionais . Um deles, ex-gerente geral de Toxicologia, Luiz Cláudio Meirelles, acabou exonerado, depois que foi divulgado que sete agrotóxicos não haviam passado pelo sistema de avaliação, e obtiveram registro no Ministério da Agricultura diretamente.



A intenção da bancada ruralista e da senadora Kátia Abreu é tirar da ANVISA o registro dos agrotóxicos, levar para uma comissão do Ministério da Agricultura, que funcionaria nos moldes da CNTbio. Isso é um passaporte para a eternidade dos agrotóxicos no país. Uma das integrantes da vigilância tóxica da ANVISA, Letícia Rodrigues da Silva num trabalho sobre as controvérsias dos agrotóxicos aponta os limites do atual modelo de avaliação:



“Os estudos feitos pelas empresas não são de acesso público. Existe um conflito de interesse e ingerência do patrocinador nos estudos. Existe proteção de dados por 10 anos. Relação privilegiada entre governo e empresas.”



E ressaltou a estratégia das empresas para combater os estudos dos órgãos reguladores. Começa pela desqualificação dos estudos que apontam riscos dos agrotóxicos. Logo em seguida, a contratação de pareceristas e jornalistas, para combater do ponto de vista técnico, questionam protocolos de estudos, significância e exposição. Depois captura e desqualificação dos autores e instituições que apontam os riscos. Terceiro passo: a busca de aliados políticos e a pressão aos órgãos de governo. Última etapa, a judicialização.



Irregularidades dentro das fábricas


Letícia da Silva também apontou alguns resultados das fiscalizações que a ANVISA realiza diretamente nas fábricas das empresas. Em 2010, houve interdição de 800 mil litros na BASF, por falta de rastreabilidade nas soluções utilizadas e componentes vencidos. Na fábrica da Dow encontraram embalagens vazando, problema em rótulos, com data de fabricação adulterada, alterações em formulações. Na fábrica da FMC interditaram 140 mil litros com produtos vencidos e com etiquetas adulteradas. Acrescentando a isso, casos de irregularidades nas condições de trabalho e saúde dos funcionários, problemas ambientais, do consumidor.



No Brasil, os agrotóxicos ilegais, que entram por contrabando ou com origem desconhecida, somam 9% do mercado, um dado do Sindicato da Indústria de Produtos da Defesa Vegetal (SINDAG). Em dinheiro representa US$540 milhões e seria a quinta empresa do setor. O Sindicato dos Auditores da Receita Federal tem divulgado um dado constantemente – 30% dos agrotóxicos importados e eles somaram 57% do consumo em 2012, não tem origem conhecida.



São químicos com alto impacto na vida da população e no ambiente. Um estudo da Embrapa sobre a retenção dos agrotóxicos nas plantas indica o seguinte: 32% do que foi aplicado fica retido na planta, 19% o vento carrega para a vizinhança e 49% permanece no solo. Será levado pela chuva, penetrará no lençol freático, viajará por córregos, rios, até chegar às estações de tratamento de água. O índice de potabilidade da água, a percentagem de produtos aceitáveis na água potável mudou da década de 1990 para 2013. Naquela época era permitida a presença de 13 tipos de agrotóxicos e 11 produtos de química inorgânica (metais pesados). Em 2004, aumentou para 22 tipos de agrotóxicos e 13 produtos inorgânicos. A portaria de potabilidade da água n º2.914/2011 permite a presença de 27 tipos de agrotóxicos e 15 produtos químicos inorgânicos.



Pressão de todo tipo


No Brasil existem 434 ingredientes ativos e 2.400 formulações de agrotóxicos registrados nos ministérios da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente. Dos 50 mais utilizados nas lavouras 22 são proibidos na União Europeia. No segmento das hortaliças, que envolve uma área de 800 mil hectares são destinados 20% dos ingredientes ativos dos fungicidas. Entre 2006-2011 o volume de fungicidas aumentou de 56 mil toneladas para 174 mil toneladas, a maior parte para combater a ferrugem da soja. O volume de inseticidas, no mesmo período, aumentou de 93,1 para 170,9 mil toneladas e os herbicidas, consequência dos transgênicos, de 279,2 mil toneladas para 403,6 mil toneladas.



“No Brasil, o suporte laboratorial e tecnológico, seja para monitorar resíduos nos alimentos e no meio ambiente, seja para monitoramente biológico, dos trabalhadores expostos, permanece bastante limitado há décadas, apesar da necessidade crescente.” Um trecho do dossiê da Abrasco, que segue:



“O pacto político/econômico em que predominam os interesses da bancada ruralista para uma maior liberalização do uso dos agrotóxicos no âmbito do Legislativo mais de 40 projetos de lei nessa direção; no Executivo pressão sobre os órgãos reguladores como a ANVISA; no Judiciário a impunidade nas mortes no campo; na pesquisa mais de 95% dos recursos da Embrapa voltados ao agronegócio e na mídia com os canais especializados na televisão”.



Campanha Permanente Contra


A indústria dos agrotóxicos com todo o seu poder deve estar reavaliando suas estratégias. O combate direto cada vez mais expõe o perigo da questão. Não adianta arregimentar profissionais para desmentir, denunciar, produzir outras versões. Agora as corporações, pela primeira vez na história, enfrentam uma Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e em Defesa da Vida, que reúne mais de 50 entidades. Além de um Fórum Permanente contra os impactos dos Agrotóxicos, envolvendo 16 instituições, entre elas o Ministério Público do Trabalho. Em 2013, o MPT conseguiu uma grande vitória, ao definir um acordo no Tribunal Superior do Trabalho, para indenizar mais de mil trabalhadores da antiga fábrica de agrotóxicos organoclorados da Schell, em Paulínia (SP), funcionou até 2002. No total, entre ações coletiva e individual, R$370 milhões, divididos entre a Schell e a BASF, última dona da fábrica. Duas campanhas organizadas e permanentes, além do documentário rodando na internet “O Veneno tá na mesa”, de Sílvio Tendler.



Isenção Ideológica


Mesmo assim, a ANDEF levou a Lucas do Rio Verde (MT), onde um avião agrícola pulverizou áreas urbanas, atingindo 65 chácaras e 180 canteiros um professor de química da USP para contestar o estudo em leite materno de 62 nutrizes, que detectou várias substâncias tóxicas. Erro de metodologia.Outro da Unicamp, também do regimento da ANDEF, diz que vai contestar o dossiê da Abrasco, que analisou 4.896 currículos, para identificar os pesquisadores que trabalham com a temática dos agrotóxicos. Apenas 10% estudam os aspectos de toxicidade aguda ou crônica dos químicos.



“-Esse mapeamento aponta que os estudos não têm abordado a temática da saúde e ambiente, que deveria ser de grande interesse, tanto dos pesquisadores, das suas instituições e dos órgãos de fomento, no país que já há alguns anos tem se colocado no topo do consumo mundial de agrotóxicos. As indústrias de agrotóxicos investem em mecanismos de cooptação de pesquisadores para produção de evidências científicas para a legitimação do uso de seus produtos, com o fomento de recursos financeiros para pesquisas”.



A maior acusação do presidente da ANDEF, Eduardo Dahler contra o dossiê, é “que esses pesquisadores mostraram que há conduta ideológica na Fiocruz, não se pode acreditar nos dados deles”. Na época da ditadura, quando criaram o sistema de crédito rural e vincularam o dinheiro ao uso de um pacote de químicos, as mesmas corporações mostraram a sua isenção ideológica. Contrataram o general Golbery do Couto e Silva, no caso da Dow Química, e o general Ernesto Geisel, após deixar a presidência, assumiu a Norquisa.



O veneno tá na mesa, também está no sangue, na gordura dos corpos, no sistema nervoso de milhares de pessoas, só ainda não entrou na agenda urbana do país. Os agrotóxicos levam uma vantagem, não são visíveis. A pessoa come, ingere minúsculas doses, que vão se acumulando por anos, até resultar numa doença grave. Os maiores registros de diversos tipos de câncer. É claro, nunca há o vínculo com o veneno. Nunca haverá, porque o assunto não está no currículo dos profissionais de saúde, nem das ciências agrárias. Os ingleses definem os agrotóxicos, que no Brasil está na lei 7.802/1989, como pesticidas, significa o que acaba com as pestes. Provavelmente, na história futura da civilização industrial, vai ser definido exatamente quem é a peste: se os insetos e as plantas chamadas de invasoras ou os venenos.


sábado, 14 de septiembre de 2013

La Reina y los 147 ladrones...

Por si no se llega aun uno a convencer de que estas practicas monopolicas de mercado aqui tenemos otro ejemplo bien claro y explicado. En la imagen abajo algunos de los participantes mas importantes de esta RED...(me decia un señor: Habria que pensar quién esta controlando esta red...La Reina dicen algunos...). Lo explican los muchachos de Zurich...Lo cuenta Alfredo Zaiat en pagina 12. Claro siempre es mas fácil conseguir financiamiento para estudiar las redes terroristas de Al Qaida que estas otras que son tanto o más terroristas...al menos para los que queremos hacerle un piquete a los 5 ojos que nos miran todo el tiempo....


Stefania Vitali1 , James B. Glattfelder1 , and Stefano Battiston1

1Chair of Systems Design, ETH Zurich, Kreuzplatz 5, 8032 Zurich, Switzerland,


corresponding author, email: sbattiston@ethz.ch


Abstract
The structure of the control network of transnational corporations affects global market com-
petition and financial stability. So far, only small national samples were studied and there was
no appropriate methodology to assess control globally. We present the first investigation of the
architecture of the international ownership network, along with the computation of the control
held by each global player. We find that transnational corporations form a giant bow-tie struc-
ture and that a large portion of control flows to a small tightly-knit core of financial institutions.
This core can be seen as an economic “super-entity” that raises new important issues both for
researchers and policy makers.




La red de 147

 Por Alfredo Zaiat


La Escuela Politécnica Federal (ETH) de Zurich es una universidad pública pionera en Europa. Su prestigio se debe a los muchos científicos que han pasado por sus aulas y laboratorios y a 21 premios Nobel en sus más de 150 años de existencia; entre los más famosos está Albert Einstein. Una investigación realizada por tres especialistas de esa casa de estudios dedicados a la teoría de diseño de sistemas permite abonar el campo de la conspiración del poder económico mundial o puede facilitar la comprensión del funcionamiento de la actual etapa del capitalismo dominada por las finanzas globales. Esos investigadores no son economistas, ni sociólogos ni politólogos, sino que su interés fue, sobre la base de las herramientas que brinda su disciplina, construir la estructura de la red de control de las empresas transnacionales. Una opinión generalizada considera que la economía mundial está dominada por un puñado de poderosas compañías globales. Pero no había una investigación científica que la pudiera cuantificar. Stefania Vitali, James B. Glattfelder y Stefano Battiston lo hicieron y titularon el trabajo “The network of global corporate control”. El dato impactante es la conclusión: 147 compañías controlan sociedades que concentran el 40 por ciento de los ingresos corporativos mundiales.
En términos más amplios, 1318 trasnacionales poseen directa o indirectamente acciones de sociedades que representan el 60 por ciento de esos ingresos. En una depuración aún más fina alcanzaron el núcleo central de la red: 147. Menos del uno por ciento del total de las compañías son capaces de controlar el 40 por ciento de los ingresos. La mayoría son instituciones financieras. La lista de las top 20 está integrada por:
1. Barclays plc.
2. Capital Group Companies Inc.
3. FMR Corporation.
4. AXA.
5. State Street Corporation.
6. JP Morgan Chase & Co.
7. Legal & General Group plc.
8. Vanguard Group Inc.
9. UBS AG.
10. Merrill Lynch & amp; Co Inc.
11. Wellington Management Co LLP.
12. Deutsche Bank AG.
13. Franklin Resources Inc.
14. Credit Suisse Group.
15. Walton Enterprises LLC (holding de los herederos WalMart).
16. Bank of New York Mellon Corp.
17. Natixis.
18. Goldman Sachs Group Inc.
19. T Rowe Price Group Inc.
20. Legg Mason Inc.
Los investigadores reconocen que su tarea no fue fácil porque las sociedades pueden ejercer control sobre otras a través de una red de relaciones de propiedad directa e indirecta que se extiende a lo largo de muchos países. “Descubrir la estructura global de control de las empresas nunca se llevó a cabo antes y es el objetivo del presente trabajo”, adelantan en la introducción. Tomaron una base de datos de 37 millones de empresas e inversores de todo el mundo (la fuente informativa es OrbisBvD 2007), y realizaron una primera depuración, quedando 43.060 transnacionales, con las respectivas participaciones accionarias que las vinculan. Luego construyeron un modelo, sustentado en la teoría de diseño de sistemas complejos, de esas empresas, de la red de accionistas que las controlan y de los ingresos operativos de cada compañía. Así armaron el mapa de la estructura del poder económico mundial (http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/1107/1107.5728v2.pdf).
“La realidad es tan compleja que debemos alejarnos del dogma, si se trata de teorías de conspiración o de libre mercado”, afirma James Glattfelder, uno de los investigadores. “Nuestro análisis está basado en la realidad”, sentencia.
La revista NewScientist difundió la investigación que generó un interesante debate en la revista Forbes. En la primera publicación, el artículo “The capitalist network that runs the world” (La red capitalista que gobierna el mundo), escrito por Andy Coghlan y Debora MacKenzie, destaca que mientras las protestas contra el poder financiero recorren el mundo, “la ciencia puede haber confirmado los peores de los temores”. La investigación ha identificado “un grupo relativamente pequeño de empresas, principalmente bancos, con un poder desproporcionado sobre la economía global”. De todos modos, advierten que el análisis asume que la propiedad equivale a control, lo cual no siempre es cierto. “La mayoría de las acciones de la compañía están en manos de gestores de fondos que pueden o no pueden controlar lo que las empresas hacen”, afirman.
Esta cuestión es la principal línea crítica a la investigación del trío suizo. Eric Savitz, de la revista Forbes, escribió “Retort: The 147 companies that run the world? They’re you” (Réplica: ¿Las 147 compañías que manejan el mundo? Son usted.) “La mayoría de las empresas en la lista de las 50 primeras son simplemente sociedades de inversión; no están operando las empresas (la única es el puesto 50, Petroquímica de China). El enorme tamaño de estas empresas no es más que un reflejo de la forma en que la mayoría de la gente invierte en los mercados públicos, a través de fondos de inversión”, señala. Afirma que “Barclays (el administrador más grande de fondos), Capital Group (ejecuta los fondos American Group) y FMR (el holding de Fidelity Funds) no controlan el mundo; tienen participaciones en compañías a través de fondos de inversión. No son un grupo secreto”. Savitz explica que así funciona el mercado de capitales, donde un elevado porcentaje de la población ahorra (44 por ciento de los hogares estadounidenses invierten en entidades financieras que administran fondos) para pagar la universidad de los hijos, comprar una nueva casa o para la futura jubilación. “¿Hay abusos de esas instituciones? Seguro. Pero hay alternativas: si no le gusta el resultado, puede retirar sus activos de las entidades infractoras y los puede colocar en otra. No hay ninguna conspiración. Es lo que se hace en los mercados financieros: invertir capitales en nombre de pequeños y grandes inversores”, indica Savitz, criticando la interpretación que emerge del documento de los suizos.
La posición de Savitz es la de defensa de las finanzas globales. Los investigadores suizos preveían esa reacción, entonces le dedicaron una sección del documento para relativizarla. “Nuestra noción de control está relacionada con la definición de ‘potencia’ de (Max) Weber, es decir, la probabilidad de un individuo DE ser capaz de imponer su voluntad a pesar de la oposición de los otros.” Describen que en la literatura sobre el control de las empresas hay un debate sobre las instituciones financieras que poseen paquetes accionarios mayoritarios que, por un lado, no se supone que sean para buscar una participación activa en las estrategias de las empresas; sin embargo; destacan que inversores institucionales, incluidos bancos y fondos de inversión, ejercen esa posición de poder para influir a través de conversaciones informales en la gestión “a cambio de negocios o ‘favores’ haciendo valer el paquete mayoritario de acciones”. Esto deriva para Vitali, Glattfelder y Battiston en que “la estructura de la red de control de las empresas transnacionales afecta a la competencia del mercado mundial y la estabilidad financiera global”.
La inestabilidad de la actual fase del capitalismo global se encuentra precisamente, según esos investigadores, en cómo se ha extendido el poder de las finanzas a través de la red de 147. Al identificar la arquitectura del poder económico global afirman con exagerado optimismo que “podría ayudar a que haya más estabilidad descubrir los aspectos vulnerables del sistema y así, los economistas, puedan sugerir medidas para prevenir futuros colapsos que se extienden a toda la economía”.
azaiat@pagina12.com.ar

jueves, 5 de septiembre de 2013

“Lo esencial es invisible a los ojos”

Por Bernardo Kliksberg* (vide contratapa de Pagina 12 5/9/2013)



Las políticas de austeridad están teniendo efectos silenciosos, que son ignorados por los análisis económicos ortodoxos, pero que son los que más le importan a la gente.
Examinando 31 países europeos, Eurostat encontró que en 24 de ellos disminuyó en la recesión el número de hijos que normalmente, siguiendo los patrones vigentes de fertilidad, hubieran tenido las madres. “Dejaron de nacer” 189 mil niños. La situación económica fue determinante.
La recesión desencadenada por las políticas de austeridad implosiona familias y destruye personas. Los suicidios subieron en los últimos dos años en un 23 por ciento en Grecia y un 15 por ciento en Italia. En España, han alcanzado un 8 por ciento.
Otras dimensiones de la salud son también erosionadas por la “austeritis” (The Economist, 24/8/13). En Grecia subió la incidencia de sida en un 50 por ciento en 2001 respecto de 2010. Influyeron los fuertes cortes en los servicios de salud.
También el alcoholismo sube con la recesión. En Estados Unidos, en el período de recesión reciente, aumentó casi un 20 por ciento con todo tipo de efectos regresivos sobre la salud.
El alto desempleo hace muy difícil para las personas comer saludable. Se encontró en diversos contextos una correlación fuerte entre “estrés financiero” y obesidad.
Todos los días, como sucedió en la Argentina de los ’90, la economía ortodoxa genera “bebés que no llegan a nacer’, implosiona familias, aumenta los suicidios, daña la salud mental y física, eleva el alcoholismo.
No basta con autocríticas, como las de los informes del FMI que señalan que ese organismo y la Comisión Europea subestimaron el impacto recesivo de las políticas de ajuste en Europa en un 300 por ciento. Como esos informes no han ido acompañados de cambios en las políticas, las víctimas siguen amontonándose.


Por qué el uno por ciento es cada vez más rico

¿Por qué continúan aplicándose políticas cuyo balance humano es tan desastroso? ¿Por qué son defendidas tan ardientemente? ¿Quiénes ganan con ellas?
Al uno por ciento más rico le ha ido muy bien en los climas económicos ortodoxos. La desigualdad aumentó en los principales países desarrollados. En EE.UU., el uno por ciento más rico absorbió, entre 2002 y 2007, dos tercios del aumento de los ingresos.
Las fuentes básicas de su enriquecimiento requieren de Estados mínimos, supresión de regulaciones y mercados donde se pueda hacer lo que sus actores más poderosos quieran.
Entre ellas están:

1. La especulación financiera
Entre 1980 y 2006, el Producto Bruto Mundial creció un 314 por ciento, mientras que la riqueza financiera subió un 1291 por ciento. Eso sin incluir un rubro clave en la especulación financiera: los derivados. El promercado The Economist resalta (17/8/13): “Cinco años después de la caída de Lehman Brothers, los mercados de derivados muestran en su superficie pocos cambios... Al final de 2012 operaban 687 trillones de dólares, un poco más que en 2007”.
Ironiza Warren Buffet (82 años), el gurú financiero que donó su fortuna a causas de interés público: “He trabajado en una economía que premia a aquel que salva la vida de otros en una batalla con una medalla, premia a los grandes maestros con notas de agradecimiento de los padres, pero premia a aquellos que detectan los errores en los precios de las acciones con sumas billonarias. En resumen, la distribución es salvajemente caprichosa”.

2. Las prácticas monopólicas
La concentración de los mercados ha ido en aumento. Se estima que 1000 empresas tienen actualmente la mitad de todas las acciones de los mercados mundiales. Son permanentes los descubrimientos de prácticas monopólicas orientadas a maximizar el lucro. Ya Lester Thurow prevenía sobre “la mano invisible” del mercado defendida a ultranza por los economistas liberales, señalando “qué pasa si la mano invisible se transforma en la mano del carterista” a través de los monopolios.

3. Bajando costos
Los cinco millones de trabajadores textiles de Bangladesh, segundo exportador del mundo de ropa encargada por las trasnacionales, ganan un promedio de 37 dólares mensuales. Además, por la carencia absoluta de inversiones mínimas en seguridad, han muerto ya más de 1800 en desastres en sus lugares de trabajo en los últimos diez años.
Una auditoría encontró (The New York Times, 2/9/13) en una fábrica Rosita “cuotas muy altas no razonables de producción, disciplinamiento y despido de los trabajadores si no las cumplían, gritos a quienes pedían licencia por enfermedad o licencia annual, despidos por faltar al trabajo por una muerte en la familia, golpizas de los guardias contra trabajadores envueltos en actividades sindicales o de protesta”.
Bangladesh compite con Pakistán, Honduras y otros en tener la mano de obra más barata del mundo.
Las prácticas de bajar costos con los trabajadores se dan en múltiples áreas. En un hecho sin precedentes, los empleados de las cadenas de comida rápida acaban de hacer una huelga simultánea en 60 ciudades norteamericanas. Reclamaban elevación de su salario actual y derecho a sindicalizarse. Lo que ganan los coloca bien por debajo de la línea de la pobreza. Las empresas tienen muy altas utilidades.

4. No pagar impuestos
Un informe de la OCDE muestra que la participación fiscal de algunas de las empresas más exitosas económicamente del mundo es mínima. Con maniobras contables, declaran sus costos en donde los impuestos son altos y sus ganancias en paraísos fiscales.
Estas y otras prácticas –que han impulsado poderosamente las extremas desigualdades actuales que la Iglesia Católica en su Encícilica Caritas in Veritate llama “las disparidades hirientes”– requieren de un Estado ausente, inexistencia o debilitamiento de los sindicatos, desregulación.

La gran coartada

Hay grandes preguntas abiertas: ¿por qué continúan las políticas de austeridad cuando son tan visibles los daños que causan?, ¿por qué se desconoce de modo tan flagrante la evidencia empírica terminante de que no funcionan, de que son simplemente mala economía, que agravan las recesiones y destruyen niños por nacer, familias y personas?
¿Por qué asimismo no se toma en cuenta o se desvaloriza que países como los nórdicos (Noruega, Suecia, Dinamarca, Finlandia) y los de Unasur, (Argentina, Brasil, Uruguay, Ecuador, Bolivia y otros) han alcanzado con modelos heterodoxos elevaciones sustanciales en los niveles de vida de amplios sectores de su población?

La respuesta no tiene que ver con la lógica o los datos de la realidad, sino con los intereses en juego.
El Nobel de Economía Paul Krugman reflexiona: “La agenda de la austeridad luce en gran parte como una simple expresión de las preferencias de la clase alta envueltas en una fachada de rigor académico. Lo que el uno por ciento más rico quiere se convierte en aquello que la ciencia económica dice que debemos hacer”.


* La más reciente obra del autor, Etica para empresarios (cuarta edición, agosto 2013), fue traducida al inglés y al mandarín.

martes, 3 de septiembre de 2013

Enseñanza y Sistema de Gurdjieff reloaded

Hay que volver a las fuentes, hay que leer a Gurdjieff...

Saludos Santiago





http://www.marevero.blogspot.com.br/2012/12/les-dingues-du-nonsense.html



Gurdjieff creía que los hombres y las mujeres son divisibles en un número comparativamente pequeño de tipos, y que lo aplicable a un tipo, no lo es necesariamente a otro. De tal manera, la instrucción tiene que ser dada en forma individual, y es obvio que esto no puede hacerse en un libro. También preví la dificultad de presentar ideas, primero en la forma cruda en que las recibí de Ouspensky, para mostrar después la gradual profundización de mi comprensión de ellas con el correr de los años. 

Este lento progreso en la comprensión, sólo podía ser sugerido en un libro observando el tiempo con un telescopio, y el resultado podía resulta confuso, por dejar al lector a menudo lleno de dudas sobre si las ideas que yo exponía habían sido recibidas así de Ouspensky, o si yo las había entendido en esa forma mucho tiempo después. Ese método de presentación, también podría llevarme a poner en boca de Ouspensky palabras que él nunca hubiera pronunciado, aun cuando ellas pudieran estar completamente de acuerdo con su enseñanza. Todo esto me hizo advertir claramente que habría de enfrentarme con muchas dificultades al escribir sobre las ideas de Gurdjieff.

Gurdjieff dijo una vez: "Tengo cuero muy bueno para venderle a quienes quieran hacerse zapatos con el", y cuando estas palabras llegaron a mi mente, inmediatamente me proporcionaron el plan correcto para mi obra. No hay mejor descripción que ésta del rol desempeñado por Gurdjieff como maestro. Era un hombre que tenía ideas de una calidad extraordinaria para venderle a quienes necesitaran ideas de esa clase. Además había utilizado deliberadamente la palabra "vender", porque siempre sostuvo que los hombres no eran capaces de apreciar ninguna cosa que no se vieran obligados a pagar para conseguirla; el pago no tiene que ser forzosamente con dinero; pero algo tienen que sacrificar para poder apreciar debidamente el cuero que adquieren. Otro punto importante sobre el que hizo hincapié en esta breve frase suya, fue que el cuero era para aquellos que fueran a utilizarlo en forma práctica, y no para diletantes o exhibicionistas que lo quisieran solamente para lucirse. El comprador tenía que elaborar algo con el cuero que había comprado, y nada podía resultar más útil que un par de zapatos fuertes para el difícil viaje que es la vida. Advertí que el propósito que yo tenía que tener en vista mientras escribiera el proyectado libro, debía ser el de mostrar al lector lo excelente que era el cuero de Gurdjieff; y exhibir luego los zapatos que había fabricado con él. La mano de obra y el diseño de mis nuevos zapatos podrían, naturalmente, haber sido mucho mejores. pero algo hay que decir en su favor, y es que son mi propia obra y están hechos a mano.

Como se verá más adelante. después de haber hecho una reseña de las ideas de Gurdjieff, las comparo frecuentemente con otras afines provenientes de fuentes científicas, filosóficas y religiosas. He realizado estas comparaciones, porque desde hace muchísimo tiempo ha despertado en mí gran interés, comparar personalmente y contraponer las ideas de Gurdjieff a las que se me han presentado a través de variadas lecturas en el curso de los últimos treinta años. He descubierto muchas analogías llamativas en esta forma. pero lo que quiero acentuar aquí, es que no pueden encontrarse en ninguna otra parte tantas ideas de esta naturaleza reunidas en un todo sustancial en sí mismo y coherente. Quizá sea mejor emplear un símil totalmente distinto, asimilando el sistema de enseñanza de Gurdjieff a un organismo viviente, dentro del cual ya cada una de las partes se relaciona con todas las demás, y depende de ellas.

Como la enseñanza de Gurdjieff posee las cualidades de coherencia. integración y desarrollo que son características de la vida, es por ello que estoy tratando de llevarla a conocimiento de otra gente, en la medida en que es posible hacerlo en forma de blog. Esta última frase condicional es necesaria, pues la formulación y la impresión exprimen de la palabra hablada casi toda su vitalidad, del mismo modo que cuando se aprieta a una flor, se la priva de casi toda su belleza. Todas las grandes religiones se han visto expuestas a este proceso desvitalizante. Cuando las enseñaron sus fundadores eran cosas hermosas, vivas, pero cuando los escribas, los fariseos y los abogados las asentaron en libros y rollos, quedaron tan desamparadas y resecas como los Treinta y Nueve Artículos de la Iglesia Anglicana.

Desgraciadamente no hay forma de evitar el efecto desvitalizante que tienen los blogs sobre la enseñanza oral (creo que eso lo habia pensado un tal Sócrates,  o no maestro?), y todo lo que puede hacerse a esta altura es advertir al lector que eso puede ocurrir. Tiene que ser puesto en guardia sobre otra cuestión, es decir, sobre el empleo de la palabra "sistema" en relación con la enseñanza de Gurdjieff. Es una palabra que debiera de haberse evitado, pero lamentablemente ha sido confirmada por un largo uso. La razón de que sea objetable es que la palabra "sistema" está íntimamente relacionada en nuestras mentes con adjetivos calificativos tales como correcto e incorrecto, ortodoxo y heterodoxo, capitalista o comunista y éstas son palabras a las que Gurdjieff se hubiera opuesto con todas sus fuerzas.

También se opone a ellas otro maestro moderno de las verdades espirituales: Krishnamurti, quien deplora nuestra tendencia a organizar y sistematizar la sabiduría, y lo ilustra con una parábola. Narra que un día el diablo y un amigo salieron a dar un paseo por la tierra, y en eso vieron a un hombre que se agachaba de golpe y levantaba algo del suelo. Dijo el amigo del diablo: "Será mejor que te pongas en guardia, pues ese hombre que está allí ha recogido una nanopartícula de la verdad."
El diablo sonrió sin perturbarse en lo más mínimo. "No hay ningún peligro -contestó- van a organizarla y sistematizarla, No hay motivo para preocuparse."

El Maestro del Budismo Zen compara toda enseñanza con un dedo que apunta hacia la luna, y reprende muy severamente al discípulo, si éste pone el énfasis sobre el dedo en lugar del objeto al que el dedo apunta. Del mismo modo debe considerarse a la enseñanza de Gurdjieff como un dedo que dirige la atención sobre ciertos principios y métodos que, empleados acertadamente, conducen a determinados resultados. Todo lo que este blog puede hacer es dar al lector una idea sobre algunos de los métodos y principios que empleaba Gurdjieff. Imaginar que con cualquier blog puede lograrse algo más que eso, es obviamente absurdo. Gurdjieff no trazó diagramas sobre un pizarrón para enseñar con ellos. Su método de instrucción era mucho menos cómodo para su clase. Extraía de nosotros trozos vivientes de experiencia y con ellos enseñaba. Uno descubría que sus propias vanidades y tonterías diminutas, eran utilizados como ejemplos con los cuales Gurdjieff podía demostrar a la clase la naturaleza mecánica de la vida humana. Un blog no es más que un sustituto muy pobre de una enseñanza tan vital y directa como ésta.