sábado, 27 de octubre de 2012

A ONU tem que mudar

Como siempre, Evo da lecciones de realidad a las maximas autordades mundiales ante la ONU, creo que no han habido discursos de Evo en la ONU que no merezcan la reproduccion completa en varios idiomas. Es lamentable la falta de prensa de su pensamiento, profundamente Latinoamericano. 





A ONU tem que mudar, afirma presidente o Evo Morales




Nações Unidas, (Prensa Latina) O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que as mudanças a nível internacional solicitadas pelo secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, devem começar pela própria organização mundial. E devem conduzir a que a ONU cumpra com os acordos que ela mesma adota, como no caso da demanda reiterada durante 20 anos consecutivos para o levantamento do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba, sublinhou.
Em entrevista com a Prensa Latina em Nova Iorque, o presidente boliviano disse que a ONU não pode continuar sem aplicar as decisões que adota nem ser cúmplice de "um Conselho de Insegurança nem de intervencionismos e unilateralismos".
Aqui há 97 por cento de países que recusa o bloqueio norte-americano contra Cuba e a ONU não aplica esse acordo devido às imposições dos Estados Unidos, assegurou o chefe de Estado boliviano.



Numa conversa com a Prensa Latina durante o debate presidencial iniciado ontem no organismo mundial, Morales perguntou-se "diante dessa situação para que serve as Nações Unidas?"
Todos os Estados membros têm os mesmos direitos e por isso têm que ser cumpridos os acordos atingidos, insistiu, ao pôr o exemplo da América Latina e de resoluções adotadas mas não executadas.
Nesse sentido, mencionou os casos das Ilhas Malvinas, ocupadas pelo Reino Unido e reivindicadas pela Argentina, o direito da Bolívia a contar com uma saída ao mar e o bloqueio contra Cuba.
E acrescentou o problema das bases militares estrangeiras em território latino-americano como outro dos assuntos que a ONU deveria considerar por constituir um exemplo de intervencionismo sob o pretexto da luta contra o narcotráfico e o terrorismo.
Sustentou que o conceito de economia Verde impulsionado pela máxima direção da ONU é um disfarce do capitalismo voraz para garantir o controle absoluto dos recursos naturais do planeta.
Está claro: os países subdesenvolvidos têm que desmatar suas florestas, enquanto os industrializados cuidam das suas e, além disso, é preciso ainda pagar-lhes para que prosperem, explicou.
"Querem ter o controle absoluto, ainda por cima temos que cuidar do que eles destroçam", insistiu.

miércoles, 17 de octubre de 2012

Nanociência e Nanotecnologia





Hoje é um fato estabelecido que as propriedades e o comportamento da matéria condensada são dependentes do tamanho. A escala nanométrica [1] os materiais apresentam propriedades bem diferentes das apresentadas nas escalas micro ou macro. Há duas razões que nos permitem compreender porque os comportamentos são alterados dependendo do tamanho, uma dessas razões é simplesmente associada a efeitos de superfície no material, o que para grandes volumes (por vezes, um pouco maior do que alguns nanómetros cúbicos) seja desprezível e na nanoescala se pode tornar um efeito dominante. O outro está associado com a importância que nesta escala tem os fenómenos de natureza quântica.

Em efeito, uma das razões para essa mudança de comportamento em pequena escala, é sem dúvidas, o notável aumento da superfície em relação ao volume de matéria em escala nanométrica: enquanto que para diâmetros da ordem de 1 micrômetro apenas uma pequena fração de átomos (normalmente menos de 1 por cento), fica na superfície, quando nós reduzimos o tamanho de cerca de 3-5 nanômetros quase um terço da superfície de átomos estão sobre a mesma, o que nos permite comprender o porque de algumas mudanças nas propriedades físico-químicas em nanomateriais,  estão associados com efeitos de superfície, dada a importância que esta vem a ter na pequena escala.

Além disso, como comentamos mais acima, existem os efeitos quanticos: quando os elétrons são constrangidos a mover-se em um espaço muito pequeno se diz que estao confinados. Se esta região é tão pequena que é comparável com o comprimento de onda associado com o elétron, o chamado comprimento de De Broglie - começa a se observar os efeitos quanticos. Usando a habilidade atual de poder manipular átomos individualmente por meio da microscopia de varredura por tunelamento, temos algumas imagens desse fenômeno, onde um grupo de pesquisadores (Crommie et al. 1993) conseguiram ordenar cerca de 48 átomos de ferro numa superfície de cobre formando um corral circular de uns poucos nanômetros de diâmetro (Fig. 1). Isto é uma verificação da natureza ondulatoria dos elétrons que foram confinados no interior do corral: da mesma forma que as ondas estacionárias aparecem num tanque d´água estas ondas de elétrons interferem uns com os outros e formando maximos e minimos sobre a superfície.



Figura 1: Confinamiento de elétrons num corral quántico feito com átomos de ferro sobre a superficie de cobre.

O estudo deste tipo de sistemas está em pleno desenvolvimento e se estão publicando mais e mais trabalhos cientificos na área (OEI Relatório, 2008). O desenvolvimento desta nova área que se deu a chamar Nanociência, é uma área de convergência de várias ramas do conhecimento científico, envolvendo físicos, químicos, biólogos e médicos alem de outras partes interessadas. metas ambiciosas no domínio da nanociência como o estudo, síntese, caracterização e manipulação desses nanomateriais que nos últimos anos têm vindo a ganhar um crescente aumento, graças, em parte, ao financiamento que já existe há alguns anos pelos governos e algumas empresas interessadas nas possibilidades práticas destas descobertas e desenvolvimentos. Existem hoje mais de 800 produtos [3] no mercado que usam algumas das novas propriedades exibidas por estes nanomateriais, dando origem ao novo e promissor campo da Nanotecnologia (Fig.2). Estima-se que a Nanotecnologia pode ser responsável por cerca de U $ S 3,1 bilhões da produção industrial global até 2015, o que representaria ao redor do 15% de produtos manufaturados (Lux Research, 2007).
Figura 2: Productos Nanotecnológicos em venta nos mercados mundiais.

O investimento global em nanotecnologia está em aumento progressivo, atingindo U $ S 18,2 bilhões em todo o mundo em 2008. Estados Unidos e Japão são os países que estão na vanguarda do desenvolvimento na área, seguido de perto por China e Rússia.
Em Latinoamérica, o Brasil é hoje o pioneiro e líder na produção científica e desenvolvimento tecnológico no campo das nanotecnologias. México e Argentina são um segundo bloco com características semelhantes entre eles. Os restantes países da regiao têm uma produção muito reduzida (OEI Relatório 2008).

Implicações éticas e sociais da nanotecnologia

Como qualquer área de rápido desenvolvimento da nanotecnologia em si envolve, sem dúvidas,  um grande número de implicações éticas e sociais e causara mudanças significativas em termos económicos, políticos e sociais. Nanotecnologias são mostradas na atualidade como a base de uma nova revolução industrial. De acordo com M. Treder (2004), do Centro de Nanotecnologia Responsável, pode ser uma revolução que seja efetiva em poucas décadas, porém no mundo todo, levando tantas ou mais transformações das que tenham ocorrido desde a revolução industrial até agora. De fato, o intervalo de tempo entre a descoberta ea aplicação comercial foi gradualmente diminuindo ao longo dos últimos 100 anos (Burrus 1993), levando a muitas empresas líderes e governos a começar a interessarse a intimamente naquilo que acontece nos laboratórios e universidades [4].

Esta pequena diferença de tempo entre a descoberta e aplicação gera diferentes tipos de conflitos. Por um lado, há o problema da actual legislação sobre esses produtos. Os produtos são comercializados em conformidade com os regulamentos que não contemplam a sua aparência, reatividade e potencial de risco. Na verdade, existem poucos estudos sobre toxicologia nanomateriais, sendo isto ainda uma questão de preocupação dentro da própria comunidade científica, ja que a pesquisa orientada para o desenvolvimento de Nanotecnologia, pelo investimento das empresas, está ignorando em muitos casos, esses estudos (Maynard et al. 2006, Scheufele et al. 2007). Isso não é parar de fazer nanoprodutos, mas implica fazê-lo com a prudência necessária, evitando que eles cheguem ao mercado até que seja claramente estabelecido qual o impacto sobre a saúde eo meio ambiente.

Além disso, outro problema que existe hoje é o das patentes dos nanoprodutos: além dos problemas já existentes para atores científicos neste processo, que geralmente são avaliados pelo número de publicações, e as patentes dos produtos ou processos em geral não vao de mãos dadas com a publicação de artigos científicos. A questão das patentes ainda é um problema grave para o desenvolvimento de nanoprodutos porque as empresas multinacionais vêm geralmente patentando diferentes processos de fabricação, o que leva a problemas pelo pago de patentes previas ao usar esses processos para gerar novos produtos. As patentes também garantizam lucros monopólicos por 20 anos, o que certamente vai contra a propagação rápida dos potenciais benefícios desta tecnologia (Foladori e Invernizzi 2005).

Em termos de qualificação da mão de obra, a revolução da nanotecnologia prevê uma queda acentuada do emprego nos processos directamente produtivos, e um aumento de cientistas altamente qualificados. Um dos argumentos usados ​​para justificar o surgimento forte da China na corrida da nanotecnologia é ter um grande número de cientistas a baixo custo. Assim é possivel prever que isto acentue ainda mais a emigração de cientistas qualificados de países periféricos para os países mais avançados. Esta polarização do mercado de trabalho afeta diretamente os países em vias de desenvolvimento (Foladori e Invernizzi 2005).

Um capítulo à parte merece, talvez, a discussão ética de aplicações militares da nanotecnologia, que está sendo debatido em varios paises Latinoamericanos [5, 6].

A possibilidade de incorporar sensores de nanotecnologicos e fornecer informações sobre o corpo humano é outra área de discussão ética [7]. Por um lado, poderiam produzirse seres humanos potenciados com informação recebida directamente a partir do exterior através de implantes cerebrais, ou a instalação de nanoestruturas sobre o esqueleto ou outros órgãos ou tecidos que dão resistência e força física. Além disso, certos tipos de sensores podem alertar a pessoa de alterações nos biomarcadores indicativos de certas doenças previndo estas antes que se manifestam. Além disso, as seguradoras poderiam recusar clientes que foram considerados de maior risco, com base em informações contidas em bancos de dados do DNA. De qualquer jeito, essas tecnologias poderiam diferenciar os seres humanos pelos seus implantes (Roco & Bainbridge, 2002).

Embora tenham sido feitos esforços para começar a consolidar grupos de pesquisa no campo da nanotecnologia, proporcionando-lhes infra-estrutura mínima adequada para este tipo de estudo e desenvolvimento ainda temos um longo caminho a percorrer em relação à ligação entre cientistas e empresas com interesses na área.

A capacidade dos países em desenvolvimento para sustentar econômica e humanamente incorporação da onda nanotecnologica dependerá, em parte, das alianças estratégicas que possam ser estabelecidas com outros países.

Os cientistas envolvidos neste processo temos que fazer um esforco para ir além do trabalho no laboratório de pesquisa e assumir nossa responsabilidade com a sociedade, divulgando as implicações deste fenómeno,  que sem dúvida, afetara grandes sectores da sociedade como um todo, sociedade da qual os cientistas, não estamos excluidos.

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[1] Um nanómetro (1 nm) é igual a 10-9 m, a escala nano é geralmente delimitada por objectos com dimensoes entre 1 a 10 nm.

[2] O comprimento de onda de um elétron pode ser calculado conhecendo o seu impulso p, e h é a constante de Planck.

[3] As informações obtidas a partir de
http://www.nanotechproject.org/news/archive/cpsc/
Checado na web 29 de agosto de 2012.

[4] Uma visão geral deste processo pode ser encontrada no artigo de G. Foladori:
http://estudiosdeldesarrollo.net/relans/documentos/Foladori_NanoMilitarAL.pdf
 (2005).
Checado na web 29 de agosto de 2012.

[5] A. Ferrari, A batalha naval dos cientistas argentinos (Marinha dos EUA financiou projetos de pesquisa no país). Página 12. (2005)
Checado na web 29 de agosto de 2012.

[6] G. Foladori, Participación militar estadounidense en la Ciencia y Tecnología de México, http://www.revistacts.net/files/Volumen%207%20-%20N%C3%BAmero%2019/CON%20DISE%C3%91O/Foladori.pdf
(2011).
Checado na web 29 de agosto de 2012.

[7] P. Lin, M.J. Mehlman, K. Abney , Enhanced Warfighters: Risk, Ethics, and Policy, http://ethics.calpoly.edu/Greenwall_report.pdf
(2013).
Checado na web 13 de janeiro de 2013.


Referencias

L.R. Andrini y S.J.A. Figueroa, El impulso gubernamental a las nanociencias y nanotecnologías en Argentina. En G. Foladori, N. Invernizzi, Nanotecnologías en América Latina, Ed.
Miguel Ángel Porrúa, México (2008).


D. Burrus, Technotrends: How to use technology and go beyond your competition. HarperBusiness, New York (1993).


M. F. Crommie, C. P. Lutz, and D. M. Eigler, "Confinement of electrons to quantum corrals on a metal surface", Science 262, 218 (1993).


G. Foladori y N. Invernizzi, Nanotecnología: ¿beneficios para todos o mayor desigualdad?, Revista REDES, Vol. 11 nº 21, Instituto de Estudios sobre la Ciencia y la Tecnología, Universidad Nacional de Quilmes, Buenos Aires (2005).


Informe del Observatorio Iberoamericano de Ciencia, Tecnología e Innovación del Centro de Altos Estudios Universitarios de la Organización de Estados Iberoamericanos (OEI) disponible en: http://www.oei.es/cienciayuniversidad/spip.php?article55 (2008).


Lux Research, The Nanotech Report: Investment Overview and Market Research for Nanotechnology, 5th Edition (2007).


A.D. Maynard, R.J. Aitken, T. Butz, V. Colvin, K. Donaldson, G. Oberdörster, M.A. Philbert, J. Ryan, A. Seaton, V. Stone, S.S. Tinkle, L. Tran, N.J. Walker y D.B. Warheit, Nature 444, 267 (2006).


M.C. Roco y W.S. Bainbridge, Converging Technologies for Improving Human Performance NANOTECHNOLOGY, BIOTECHNOLOGY, INFORMATION TECHNOLOGY AND COGNITIVE SCIENCE, NSF/DOC-sponsored report, National Science Foundation, Arlington, Virginia, disponible en: http://www.wtec.org/ConvergingTechnologies/1/NBIC_report.pdf (2002).


D.A. Scheufele, E.A. Corley, S. Dunwoody, T.-J. Shih, E. Hillback y D.H. Guston, Nature Nanotechnology 2, 732 (2007).


M. Treder, Nanotechnology & Society. Times of Change, Presentación, São Paulo, Brasil. disponible en: http://www.crnano.org/Speech%20-%20Times%20of%20Change.ppt (2004).

domingo, 14 de octubre de 2012

Un Nobel extraviado



Excelente opinion me encontre hoy en Rebelion sobre el absurdo de entregarle el Nobel de la Paz a la UE. De todos modos ya es un hecho que se repite reiteradamente en el tiempo como aclara Boron, aunque no esta de mas decirlo nuevamente. Talvez en algun momento se oiga...Que es lo que entendemos por Paz?? Creo que hay que seguir educando mucho todavia....

Santiago


Premio Nobel de la Paz a la Unión Europea





Si algo faltaba para terminar de desprestigiar al Premio Nobel de la Paz, otorgado por el Parlamento Noruego, fue la decisión de conceder esa distinción a la Unión Europea. Esta distinción fue instituida en el testamento del magnate sueco Alfred Nobel para premiar “a la persona que haya trabajado más o mejor en favor de la fraternidad entre las naciones, la abolición o reducción de los ejércitos existentes y la celebración y promoción de procesos de paz.” Ya en el pasado hubo premiaciones que provocaron escándalo: un pérfido criminal de guerra como Henry Kissinger, que hizo estragos en Indochina, lo obtuvo en 1973 y antes, en 1906, el premio había sido para Theodore Roosevelt, conocido por ser el artífice de la “diplomacia del garrote” aplicada para arrebatar la victoria que Cuba estaba a punto de concretar en contra del colonialismo español y para someter al dominio yankee otros países del Caribe y Centroamérica. Roosevelt además fue el gran arquitecto y ejecutor de la secesión de Panamá de Colombia, todo lo cual no fue óbice para que fuera galardonado por el Parlamento Noruego. Otro antecedente lo ofrece el caso del también presidente de Estados Unidos, Woodrow Wilson, premiado en 1919 por su contribución a la creación de la Liga de las Naciones. Deslumbrado por ese logro en tierras europeas los otorgantes desestimaron las informaciones que señalaban las tropelías que Wilson, al igual de los arriba nombrados, realizaba en Nuestra América y que sólo por un alarde de la imaginación podrían ser concebidas como tendientes a promover la fraternidad entre las naciones, la reducción de los ejércitos o la promoción de la paz. El galardonado utilizó a destajo la “diplomacia de las cañoneras” en el entorno centroamericano y caribeño: intervino militarmente en México, Haití, Cuba, Panamá, República Dominicana y Nicaragua. En 1914 se apoderó del puerto mexicano de Veracruz y en marzo de 1916 y febrero de 1917 sus tropas penetraron en territorio mexicano persiguiendo a Pancho Villa y perpetrando toda clase de crímenes. Sin embargo, el Premio Nobel de la Paz cayó en sus manos. Todos estos criminales antecedentes, ocultados bajo el prestigio que tenía al Nobel de la Paz, fue opacando el lauro que obtuvieran hombres y mujeres como Martin Luther King, Desmond Tutu, Nelson Mandela, Rigoberta Menchú y nuestro Adolfo Pérez Esquivel en 1980 que sí habían luchado, y muchos lo siguen haciendo hoy, por el imperio de la paz. Antes, en 1936, otro argentino, Carlos Saavedra Lamas había sido distinguido por su papel mediador en la fratricida guerra del Chaco entre Bolivia y Paraguay. Ya con la entrega del Nobel de la Paz a Barack Obama (2009) se podía percibir que el Parlamento Noruego estaba más preocupado por amigar a su país con los Estados Unidos – let's be friends! -que por premiar a quien realmente estuviera luchando por la paz. Ahora hizo lo mismo con la Unión Europea, a la cual en dos sucesivos referendos la población noruega rechazó ingresar. ¿Cómo premiar a una organización que, en estos momentos, ha declarado la guerra a sus pueblos imponiendo una brutal política de ajuste que sacrifica a sus poblaciones para salvar a los banqueros? ¿Se puede premiar como un gesto pacífico condenar a millones de personas al desempleo, la destitución, la pobreza extrema, la clausura de sus esperanzas? O es una broma de mal gusto o una burla a la inteligencia de la comunidad internacional. ¿Cómo olvidar que la Unión Europea ha convalidado y apoyado el criminal bloqueo de Estados Unidos contra Cuba, sancionando en 1996 una “Posición Común” concebida para reforzar los padecimientos de la isla en consonancia con las directivas de Washington? ¿Y qué decir del acompañamiento que la UE viene haciendo de las aventuras militares del imperialismo norteamericano en Irak, Afganistán, Libia y, ahora, Siria; o su escandaloso silencio ante el genocidio de Rwanda; o su complicidad con el colonialismo racista del estado de Israel y su criminal política hacia la nación palestina; o su indiferencia ante la suerte de los saharauíes; o su abúlica respuesta ante la destrucción y la muerte sembrada por Estados Unidos en la guerra de los Balcanes? Como bien lo recuerda Adolfo Pérez Esquivel, este premio parece destinado a encubrir y/o justificar las operaciones militares que la Unión Europea, a través de la OTAN, lleva a cabo en los más apartados rincones del planeta, siempre como furgón de cola de la Casa Blanca. En medio de la profunda crisis económica que la ha postrado, el gobierno griego solicitó postergar la adquisición de armamento acordada con Alemania y Francia. El pedido fue rechazado tajantemente por Berlín y París. ¡El ajuste se debe hacer sobre los salarios y el gasto público en general, pero no en el presupuesto militar y, sobre todo, en las partidas destinadas a adquirir armas en los países europeos!, hoy premiados por su contribución a la paz. De hecho, Francia, Alemania y Gran Bretaña forman parte, junto a Estados Unidos y Rusia, del selecto club de los cinco mayores vendedores de armas del mundo. ¡Extraña manera de promover la abolición o reducción de los ejércitos, como quería Alfred Nobel. Los parlamentarios noruegos necesitan, con suma urgencia, que alguien les enseñe la diferencia entre la guerra y la paz. Y que se aprendan de memoria el testamento del industrial sueco, porque a la vista de estos antecedentes, sumariamente expuestos, premiar a la UE sólo puede considerarse como un grotesco acto de sumisión al acuerdo bélico entre Estados Unidos y la UE y una “carta blanca” para que la OTAN siga cometiendo toda clase de fechorías y crímenes destinados a estabilizar la dominación imperialista a escala global.